sábado, 4 de julho de 2015

A FARSA DA DEMOCRACIA RACIAL ESTÁ DESMORONANDO

Olá,  pessoas queridas!

Estou achando ótimo ver a farsa da democracia racial sendo desmascarada quando todos os dias surgem casos de ataques racistas contra algum negro quer seja  da mídia ou não. Desde criança já percebia a diferença entre ser negro e branco no Brasil, pois nasci na década de 60, no bairro majoritariamente negro de Cosme de Farias, onde quem tinha um pouquinho mais de condição financeira, eram os que  tinham o tom da pele mais clara. Minha mãe era empregada doméstica e me orientava sobre a importância de estudar; dizia não querer que eu repetisse sua história, para não passar o que ela passava na casa do branco(era assim que as mulheres negras e domésticas se referiam aos seus patrões; também, há mais de quarenta ano atrás,  não existiam direitos trabalhistas para o trabalho doméstico, então imaginemos o que elas deviam passar...).   Minha adolescência foi marcada pela leitura, além de ser muito ligada aos programas de televisão e novelas. Então aprendi o significado dessa diferença entre negros e brancos: segregação racial.
Ao longo dos anos e, principalmente depois que me formei em História, eu só fiz colocar as referências biográficas nas minhas reflexões.  
Pensem bem: um país que por 400 anos viveu  em regime escravocrata (sim, porque até 1910, os marinheiros eram tratados como escravos- lembremos de João Cândido e A Revolta da Chibata), construiu uma sociedade estruturada sobre racismo. E esse tema  deveria ser pauta diária nas instituições de ensino; nos espaços religiosos,  etc. Ou então negros e brancos, continuarão  surpresos quando se depararem com casos de racismo no seu dia a dia.
O período da escravidão,  sempre foi um assunto que "eles" fizeram questão de tirar do currículo escolar para nos alienar e assim crescessemos achando normal nossa condição social. Entrávamos  e saíamos da escola sem conhecer nossa verdadeira história(ainda bem que temos hoje a Lei 10639/03 que tem procurado minimizar essa lacuna histórica).  
Penso que é por isso que vejo tanto negro surpreso com o caso mais recente de racismo, agora contra a jornalista Maria Julia Coutinho. Leio alguns comentários no Facebook,  onde negras e negros falam que estão chocados com os comentários racistas contra a jornalista.  E eu me pergunto: por que eles estão chocados, meu Deus? Será que nunca leram nada sobre o período da escravidão no Brasil?  Ou sobre o extermínio da juventude negra, sobre a doença Anemia Falsiforme, que por dezenas de anos matou milhares de negros, por falta de pesquisa mais apurada na área da Saúde da população Negra? , E sobre o analfabetismo e seus principais atores? E sobre o processo da Escravidão Contemporânea : qual o perfil do escravizador e do escravizado? Será que nunca leram nada sobre Racismo Institucional?  E na faculdade,  quais foram seus referenciais teóricos?   Já sei: a maioria europeus. 
O pior é quando ouço ou leio: como ainda existe racismo no Brasil?!! Sinceramente, eu não sei de que lugar eles falam.
Recentemente, conversando com algumas vizinhas, comentei que a maioria das casas de nossa rua, foram construídas por mulhere chefes de família. Elas ficaram surpresas quando fiz essa observação. E quando, para completar, fiz o recorte racial, dizendo que, coincidentemente, eramos todas negras, eu pensei elas fossem desmaiar de susto!!! Mas depois começaram a sorrir concordando. Detalhe: a maioria era evangélica. Amo meu povo!!!! Rsrsrsrs
Penso que, à medida que nós, negras e negros,  formos avançando nos estudos e ocupando espaços que nos dêem mais visibilidade na sociedade, seremos atacados ferozmente com palavras ou  olhares de desaprovação, por aqueles que, historicamente, sempre foram privilegiados por não serem negros. Porém,  devemos resistir e continuar avançando. Lembremos dos nossos ancestrais africanos que por aqui chegaram há 500 anos e foram forçados ao trabalho escravo. São por eles que devemos prosseguir. São por nossas crianças negras e não-negras que que devemos persistir.
#nãoacasagrandeesenzala#

A MÁSCARA DA FALSA DEMOCRACIA RACIAL ESTÁ DERRETENDO...

"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados, abatidos,  mas não destruídos". (2Co 4.8,9)

Gicélia Cruz

quarta-feira, 27 de maio de 2015

RODA DE CONVERSA "UM OUTRO OLHAR SOBRE A ÁFRICA"


Um outro olhar sobre a África: seu espaço histórico na Bíblia

Conhecer(-se) e reconhecer(-se) a África que esteve escondida por mitos e distorções: esta é uma tarefa que nos cabe em campos diversos, sob diversas perspectivas.
Roda de Conversa:
"Um outro olhar sobre a África: seu espaço histórico na Bíblia"
Data: 29/05 - 18h 30min.

Local: SINPOJUD - Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia
       
End: Rua Marujo do Brasil, 18 - Nazaré
(Auditório fica ao lado do Colégio Central e Sindiquímica)

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Compartilhando emoções

Olá, pessoas queridas!

Sinto falta de compartilhar mais sobre minhas experiências, mas a correria do dia a dia não tem deixado.

O texto que compartilho abaixo, foi escrito diretamente no meu Facebook. Seria uma reflexão rápida sobre as fortes chuvas que têm caído aqui em Salvador, nos meses de abril e maio/2015.
Mas o que me chamou mesmo atenção foi a quantidade de compartilhamentos e também a qualidade dos comentários que algumas pessoas fizeram após a leitura do texto . Pois ao externar minha opinião sobre a situação vulnerável de moradia  da população negra, não tinha ideia da repercussão que isso teria.
Confesso que sempre me surpreendo com essas situações. É muita responsabilidade.
Rsrsrs

Que o Senhor Deus tenha misericórdia de mim.

Gicélia Cruz



No que estou pensando?
Estou pensando que mais uma vez todas as vítimas fatais dessa chuva torrencial que caiu hoje em Salvador, são negras. Pois sei, somos nós que habitamos às favelas desde 14/05/1888. Não temos condições financeiras para contratar um engenheiro, seu moço. Mas me responda uma coisa: se a construção é irregular, por que há legalização de água e luz? Hummm...
São sempre os rostos pretos que aparecem chorosos e sofridos nas imagens da televisão, lamentando a perda do pouco que tinham, ou porque um ente querido morreu na tragédia.
Então a dor, o sofrimento e o choro continuam sendo nossos quando a juventude negra está sendo exterminada; quando as encostas deslizam e levam nossas casas e algumas vidas; quando o analfabetismo e desemprego continuam nos colocando numa situação de vulnerabilidade social.
Certa vez, participando de um evento, terminei colocando o belíssimo vídeo da música A carne, interpretada por Elza Soares. Porém, uma colega me criticou dizendo que não achava certo mostrar aos alunos imagens de navio negreiro. Hummm...
A carne mais barata do mercado é a carne negra...



No que estou pensando?
Estou pensando que mais uma vez todas as vítimas fatais dessa chuva torrencial que caiu hoje em Salvador, são negras. Pois sei, somos nós que habitamos às favelas desde 14/05/1888. Não temos condições financeiras para contratar um engenheiro, seu moço. Mas me responda uma coisa: se a construção é irregular, por que há legalização de água e luz? Hummm...
São sempre os rostos pretos que aparecem chorosos e sofridos nas imagens da televisão, lamentando a perda do pouco que tinham, ou porque um ente querido morreu na tragédia.
Então a dor, o sofrimento e o choro continuam sendo nossos quando a juventude negra está sendo exterminada; quando as encostas deslizam e levam nossas casas e algumas vidas; quando o analfabetismo e desemprego continuam nos colocando numa situação de vulnerabilidade social.
Certa vez, participando de um evento, terminei colocando o belíssimo vídeo da música A carne, interpretada por Elza Soares. Porém, uma colega me criticou dizendo que não achava certo mostrar aos alunos imagens de navio negreiro. Hummm...
A carne mais barata do mercado é a carne negra...

25 DE MAIO DIA DA ÁFRICA

Olá, pessoal!


Mais um projeto da Associação Cultural da Diáspora Africana, em comemoração ao Dia da África.



sábado, 7 de março de 2015

O escândalo da Petrobrás e a Questão Racial

O escândalo da Petrobrás e a Questão Racial


Tenho observado que em meio a tudo o que se tem divulgado sobre a Operação Lava-Jato, até o momento não apareceu nenhum personagem negro. Ai eu comecei a me perguntar: por que será, já que somos a maioria da população? Então vamos pensar um pouco:

O negro escravizado, foi responsável pela produção econômica do Brasil. Porém, mesmo depois da abolição da escravidão, ele continuou sem direitos civis básicos para exercer com dignidade sua cidadania, como: trabalho, moradia, educação e saúde. Sendo assim, quase nunca ocupou espaços de poder.
Hoje, observo que, independente de partido politico, o racismo institucional barra a ascensão do negro nos altos cargos das estatais. Se você procurar rever imagens da posse de dos presidentes Lula e Dilma, a única imagem de negro que vemos, é a que vai assumir a SEPPIR. E ainda tem gente que me diz: "Gicélia, essa situação já foi pior". E eu fico sem palavras, de tão indignada...

Sendo assim, podemos observar o que várias pesquisas apontam referente a pirâmide socioeconômica brasileira, no quesito cor/raça:


                          
                                           
http://historiaemerson.blogspot.com.br/2013_11_01_archive.html


Os negros não são mais honestos que os brancos, pois se lá estivessem, certamente cometeriam os mesmo atos. Questiono o racismo perverso que assola o Brasil, onde até mesmo nesses momentos vergonhosos, percebemos na mão de quem a economia e, consequentemente o poder, estão concentrados.




Gicélia Cruz


E NÃO VOS CONFORMEIS COM ESSE MUNDO, MAS TRANSFORMAI-VOS PELA RENOVAÇÃO DE VOSSAS MENTES.(Rm 12.2)

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Participando do evento Entrega de prêmio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica (SDH/PR),


Movimento de População em Situação de Rua de Salvador completa três anos. Maria do Rosário é homenageada

http://www.sdh.gov.br/noticias/2013/marco/movimento-de-populacao-em-situacao-de-rua-de-salvador-completa-tres-anos.-maria-do-rosario-e-homenageada



Maria do Rosário é homenageada pelo Movimento de População em Situação de Rua
25/03/2013
A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica (SDH/PR), foi homenageada em salvador, na última sexta-feira (22), pelo Movimento de População em Situação de Rua da capital baiana. Na ocasião, o secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Gabriel dos Santos Rocha, representou a ministra e recebeu o certificado de gratidão, comenda que marca o aniversário de três anos de fundação do movimento.
Ao receber o certificado em Brasília, a ministra Maria do Rosário agradeceu ao movimento pelo reconhecimento e reafirmou o seu compromisso com a defesa dos direitos desta população. A ministra lembrou que a SDH/PR possui uma secretaria exclusiva para tratar do tema.
Durante o evento, foram debatidos temas relacionados às políticas públicas para a população em situação de Rua no estado e também sobre a história, lutas e desafios do Movimento Nacional de População de Rua (MNPR).
Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial – Na quinta-feira (21), ainda em Salvador, a diretora do Departamento de Defesa dos Direitos Humanos, Deise Benedito, proferiu uma palestra sobre o extermínio de Jovens negros e da população em situação de rua. A diretora participou das comemorações do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, comemorado pelo Instituto da Mulher Negra em parceria com o Fórum Nacional de Mulheres Negras e a Rede de Mulheres Pelo Fortalecimento do Controle Social.
Também participaram do evento a Ouvidora Geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia, Tânia Palma, a presidente da Comissão da Mulher da OAB, Andréa Marques, a Coordenadora do Movimento Nacional de População em Situação de Rua, Maria Lúcia Pereira, e a Coordenadora do Fórum Nacional de Mulheres Negras, Gicélia  da Cruz.
Assessoria de comunicação Social.

Participando do Projeto Tarde Legal

Banda Eva faz show para alunos da rede municipal no projeto Tarde Legal

Publicada em 24/09/2014 18:53:19
Foto: Divulgação
Duzentos alunos da rede municipal de ensino tiveram uma tarde muito especial nesta quarta-feira (24/9). Os estudantes do 6º ao 9º ano de seis escolas participaram da primeira edição do Projeto Tarde Legal, realizado pela Coordenadoria de Ensino e Apoio Pedagógico da Secretaria Municipal da Educação - SMED, no Teatro Solar Boa Vista.
O objetivo da ação, que teve como convidado especial Felipe Pezzoni, líder da Banda Eva, é promover debates sobre assuntos do cotidiano dos jovens e proporcionar momentos de cultura e lazer.
Após o bate-papo, os alunos curtiram um show especial do grupo musical. Além do cantor, também participaram da roda de conversa Gicélia Cruz, coordenadora pedagógica de dois projetos educacionais da rede, e Anderson Oliveira, Jovem Aprendiz da SMED.
Todos relataram suas trajetórias e metas futuras, mostrando que mesmo seguindo caminhos diferentes, é possível trilhar histórias de sucesso. Os alunos também participaram do sorteio de dois abadás do Bloco Eva.
Pezzoni relatou que percorreu um longo caminho até chegar ao grupo. “Comecei a cantar muito cedo, mas sempre trabalhei e estudei. Em épocas que não conseguia me sustentar com a música, trabalhei de operador de telemarketing, já vendi tijolos, cursei faculdade de Gestão em Eventos e me arrependi de não ter terminado, porque mesmo sabendo que meu destino é a música, a Educação sempre é o caminho”, disse, acrescentando a preocupação social do Grupo Eva. “Fazemos trabalhos muito bacanas neste sentido, pro isso ficamos muito felizes em participar do projeto”, concluiu.
“Foi uma experiência grandiosa para a história de cada jovem presente poder ouvir pessoas que através de caminhos diferentes, tiveram histórias de sucesso. Os relatos com certeza serviram de exemplos positivos para os jovens. Educação não se faz apenas dentro dos muros das escolas e momentos como este interferem diretamente na sala de aula e na vida desses alunos. Estamos muito felizes com o resultado”, comemorou Edna Rodrigues, coordenadora de Ensino e Apoio Pedagógico da SMED.

Algumas reflexões...

Quero compartilhar algumas coisas que já ouvi sobre questão racial.


  • Certa vez uma amiga me disse: Gicélia, ainda que eu seja solidária com a questão racial, eu jamais saberia realmente o que você passa, pois eu não sou negra. Achei interessante esssa afirmação.

  • Um colega de trabalho me disse que só se percebeu branco, depois que passou a trabalhar comigo. Pois até então, ele tinha a ideia do senso comum de que todos somos iguais; que era beobagem esse negócio de preto e branco. Trabalhando com jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica e lendo estatísticas sobre esse grupo, ele foi percebendo que só trabalhávamos com o público negro.

  • Ou quando estou fazendo palestras onde abordo a questão de gênero e raça, e algumas mulheres não negras insistem em dizer que " as mulheres  brancas e negras, atualmente, estão em situação de igualdade". Então eu mostro que, através de dados do IPEA e IBGE, nós mulheres negras ganhamos 45% do salário do homem branco. 

  • Por trabalhar com juventude, entendo que preciso me informar sobre o que acontece nesse segmento: educação, saúde, segurança, cultura, etc. Mas procuro enfatizar o extermínio da juventude negra. Então, quando sai alguma reportagem sobre o Mapa da Violência no Brasil, as pessoas me dizem: Gicélia, lembrei logo de você! E eu me pergunto: por que será que nossos jovens negros são invisilizados? 

Obrigada, Senhor Deus, por não me deixar conformar com esse mundo que está posto. Mas que eu possa ter minha mente renovada a cada dia para ser útil aos que estão ao meu redor.

Amém!!!!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

21 de Janeiro: Dia lerância Nacional de Combate a Intolerância Religiosa

Olá, queridas e queridos!

Sumi um pouco, mas espero agora estar mais presente. Foram várias as demandas de final de ano. Além das palestras, também estava coordenando o 2º Seminário Nacional Educadores Evangélicos e Aplicação da Lei 10639/03.
Mas graças à Deus que deu tudo certo.

Mas vamos à reflexão sobre esse dia em que paramos para refletir sobre o não respeito a religião do outro.

E para quem não se lembra, esse movimento intensificou-se quando a Igreja Universal do Reino de Deus, numa atitude altamente desrespeitosa, usou a imagem de uma Yalorixá baiana, para desqualificar os candomblecistas. Eu me lembro que quando li a matéria, sabia que aquilo não iria prestar. E não deu outra. Processo para cima da IURD.

No decorrer das acusações, eu comecei a pensar que, para além da intolerância religiosa, também percebíamos a questão de raça e gênero, pois eles utilizaram a imagem de uma mulher negra para cometer o ato injusto.

Agora também preciso colocar meu pesar, pois já passei por algumas situações delicadas dentro do Movimento Negro, aqui em Salvador.

a) Certa vez fui convidada à ministrar  palestra na Secretaria Municipal da Reparação, sobre o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial(21 de Março). Já na mesa, sentada ao meu lado, uma líder do movimento, procurava à todo tempo desfazer da minha fala(situação super chata). Depois, quando terminei a palestra, o anfitrião me parabenizou, e disse que um amigo dele que era de terreiro, ao chegar e me ver palestrando, disse que não ficaria para o evento, pois não queria ouvir "aquela evangélica falar."

b) Numa aula do mestrado, ao participar da aula eu estava tecendo um cometário, quando o colega, do nada, veio me criticar falando que: "vocês evangélicos pegam nossas iguarias e colocam o nome de Bolinho de Jesus". Eu fiquei sem entender  o por quê daquele comentário fora de contexto. Se fosse no momento apropriado, eu teria dito que a maioria dos negros evangélicos não conhece sua história, e que, portanto, ainda não tem sua identidade racial trabalhada de forma positiva.

c) Em cursos promovidos por órgãos públicos já tive o desprazer de ouvir professores, no meio de um assunto, começar a desqualificar os evangélicos. E lá vou eu me defender no meio de uma sala com mais de 60 pessoas. Óbvio que tinham outros crentes, mas fica todo mundo calado, mas eu não consigo, e faço minhas colocações, inclusive exigindo respeito.

d) Ao participar da abertura de agenda de um órgão público, o dirigente, no auge do seu discurso, diz que, se dependesse dele, "mandava fechar todos os templos evangélicos e transformava num espaço cultural". Quando ele terminou de falar, me aproximei dele, identifiquei-me enquanto mulher negra, batista e do movimento negro, e disse que na platéia também tinham evangélicos, e que suas palavras insultavam a intolerância religiosa. Ele ficou sem graça e me pediu desculpas.

Evidente que ao fazer esses relatos, não estou querendo apagar todos os absurdos que alguns líderes que se declaram evangélicos, já praticaram contra outros credos que não o dele.
Eu sei exatamente qual o discurso de intolerância, muitas vezes agressivo, que já passearam nos nossos arraiais religiosos. Hoje, por medo de serem processados, as práticas do não respeito a diversidade religiosa, tem diminuído, principalmente contra o candomblé.

Mas o que eu quero dizer mesmo é que devemos ter cuidado, pois tenho percebido que o estado, em algumas situações, tem deixado de ser laico, e que muitas vezes utiliza verbas públicas promovendo ações que incitam, também, a Intolerância Religiosa.

Estava com saudades das minhas reflexões....

"E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará". (Jo 8.32)