sábado, 1 de junho de 2013

Por que usar e para que usar mega hair?

Olá, meninas e meninos!

Não aguentei: tirei o mega hair.
Muitos foram os elogios de que fiquei ótima, e que até rejuveneci; e eu não duvido. Observei que eu fiquei com aparência socialmente mais aceita, mas não me reconhecia ao me ver refletida no espelho. Então hoje, quando tirei o mega, disse: olá, Gicélia! Seja bem vinda com seu "sempre black".
Rsrsrsrs
Algumas pessoas disseram que eu ficaria viciada e que nunca mais iria ficar sem mega. Sem chance: é uma questão da minha identidade.

Como eu levei um tempo sem postar, deixa eu explicar o que aconteceu.
Em dezembro de 2012, achei de "inovar", e fui ao salão para que aplicassem uma Espuma Balck, que é um permanente sem alisar a raiz do cabelo. Só que parece que houve um choque químico e meu cabelo começou a cair. Então mandei cortar, mas não ficou legal. Dai, decidi colocar o mega. Só que desde o inicio não me senti confortável. Quando me olhava do espelho, me achava meio artificial. Sei lá...
Mas gostaria de frisar que, entendo que a mulher negra deve usar seu cabelo do jeito que achar melhor: natural, trançado, mega hair, chapinha, etc. No meu caso, gosto do meu cabelo com o aspecto mais natural. Uso tintura, o que não deixa de ter química, mas prefiro natural.

Imaginem que usei mega menos de dois meses, mas deu para fazer algumas reflexões a partir da leitura do texto ALISANDO NOSSO CABELO(Bell Hooks). Destaco abaixo alguns trechos do artigo:

"Apesar das diversas mudanças na política racial, as mulheres negras continuam
obcecadas com os seus cabelos, e o alisamento ainda é considerado um assunto sério.
Por meio de diversas práticas insistem em se aproveitar da insegurança que nós
mulheres negras sentimos a respeito de nosso valor na sociedade de supremacia branca. Conversando com grupos de mulheres em diversas cidades universitárias e com mulheres negras em nossas comunidades, parece haver um consenso geral sobre a nossa obsessão com o cabelo, que geralmente reflete lutas contínuas com a auto-estima e a auto-realização. Falamos sobre o quanto as mulheres negras percebem seu cabelo como um inimigo, como um problema que devemos resolver, um território que deve ser conquistado. Sobretudo, é uma parte de nosso corpo de mulher negra que deve ser controlado. A maioria de nós não foi criada em ambientes nos quais aprendêssemos a considerar o nosso cabelo como sensual, ou bonito, em um estado não processado.
Muitas de nós falamos de situações nas quais pessoas brancas pedem para tocar o
nosso cabelo natural e demonstram grande surpresa quando percebem que a textura é suave ou agradável ao toque.
Em uma cultura de dominação e antiintimidade, devemos lutar diariamente por
permanecer em contato com nós mesmos e com os nossos corpos, uns com os outros. Especialmente as mulheres negras e os homens negros, já que são nossos corpos os que freqüentemente são desmerecidos, menosprezados, humilhados e mutilados em uma ideologia que aliena. Celebrando os nossos corpos, participamos de uma luta libertadoraque libera a mente e o coração."






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