terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

PEÇA PARA JESUS MUDAR SEU CABELO

Pessoal, essa eu tinha que compartilhar U R G E N T E M E N T E!!!!!


Hoje eu vivi algo inusitado referente ao meu cabelo.
Talvez você esteja pensando: "ela só fala desse negócio de cabelo".
As vezes eu também me sinto cansada desse assunto.
Porém, parece que tem algo que me coloca nessas situações.

Então vamos lá para "mais essa" do meu mundo crentês.

Estava eu hoje, 11/02/14, entrando para uma reunião de trabalho quando uma senhora de uns 60 anos, parou na minha frente e começou a falar pra mim:

_ Deus te ama do jeito que você é.
Eu respondi: 
_Amém!
E ela continuou a falar:
_ O Deus a quem eu sirvo te ama e pode mudar sua vida.

Eu respondi:
_ Eu sei disso pois Ele mudou a minha vida há 23 anos quando O aceitei como Senhor e Salvador .
Então nos apresentamos: eu como batista e ela da Assembléia de Deus.

Eu já estava começando a me emocionar "achando" que aquela irmã poderia ser um vaso que Deus usaria para me dizer alguma mensagem especial. Foi quando, para minha surpresa, ela disse:

_ Peça a Jesus para mudar seu cabelo.
_Como?!!! 
Eu perguntei sem entender nada.

E ela continuou:
_Leia a Bíblia e veja o que Deus tem à lhe falar sobre o seu cabelo.
_ Mas o que tem meu cabelo? Eu perguntei.
_ Leia a Bíblia que Deus vai lhe falar.
_ Tem alguma demais no meu cabelo? Eu insistia em perguntar.
_É a cor ou a textura? Como a senhora acha que meu cabelo deveria estar?
E ela passando a mão no próprio cabelo, que estava alisado e preso com uma fivela, demostrou como eu deveria deixar meu cabelo.

Sinceramente, eu não acreditei no que estava acontecendo.
Então lá fui eu "tentar" explicar aquela irmâzinha porque algumas mulheres negras gostam de usar o cabelo natural. Que Deus nos criou assim. Ela foi logo dizendo que esse tipo de assunto é bobagem.
Também falei que a Bíblia fala de África de Gêneses a Apocalípse. E ela olhava para meu cabelo e não gostava do que via.

Como eu estava com pressa para entrar na reunião, deixei a irmã agonizando no seu medo. Pois ela é negra, deve ter uns 60 anos e desde que nasceu teve sua história de mulher negra, desqualificada.

O mais engraçado foi que no domingo passado, depois da EBD, uma irmã compartilhou comigo o fato de sua neta de seis(06) anos não estar mais querendo vir à igreja depois que uma coleguinha criticou o fato da menina usar o cabelo natural.

Certa vez uma irmã me disse que não deixava o cabelo natural por achá-lo "muito agressivo".

Já aconteceu de eu pegar um ônibus no qual um irmão da minha igreja era o cobrador. Ele fez questão de se levantar para me apresentar ao motorista, dizendo animadamente: "Essa é a irmã do cabelo black da qual lhe falei." Ele também citou o nome de uma jovem usa o cabelo black.

O que vocês acham que eu devo fazer nessas horas? Ficar calada omitindo minha opinião? Ou devo continuar "tentando" fazer a reflexão com as pessoas, principalmente com as mulheres negras evangélicas?

Percebo que existe uma demanda muito grande dentro das Igrejas Evangélicas, referente a temática racial. Principalmente a questão da estética negra: cabelo e roupas.

Me ajudem nessa!!!!

Que  Senhor Deus, em nome de Jesus, tenha misericórdia de nós, povo negro e não negro.


Gicélia Cruz


Atualmente meu cabelo está assim(foto tirada em 09.02.2014)


6 comentários:

  1. Oxi...oxi Gil, vc tem que continuar instruindo essas pessoas, com amor, a sairem de sua ignorancia. São camadas de anos com informações eroneas, tenha paciencia amada, sua função é essa:instruir, ensinar.
    É preciso ter coragem para ser autêntica. Bjs

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  2. Obrigada pela mensagem de incentivo, Agda Menezes.
    Sei que agora não dá mais para voltar atrás. A luta é árdua e constante.

    Bjs.

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  3. Minha amada irmã, tuas palavras chegam em um tempo muito significativo em minha vida, pois estou me recuperando de uma cirurgia. Então, tenho tempo para refletir sobre algumas coisas... Para mim tu tens sido um "achado" espetacular! Tuas reflexões, questionamentos e indagações, muitas vezes, encontram eco em mim.
    Há algum tempo passei a me apresentar nas redes sociais como "maria afro-gaúcha e evangélica".
    Já não bastava ser Maria, também queria destacar minha afrodescendência em terras gaúchas. Afinal, o nosso bom Deus, assim desejou que fosse.
    E, especialmente, evangélica.
    Mulher, negra, gaúcha e evangélica. Tudo de bom.
    Resolvido assim? Não. Eu almejei mais. Desejei ser missionária, teóloga e pastora.
    Não digo isto para me exaltar, mas quero enfatizar que muitas vezes fui discriminada por ser mulher, negra e evangélica.
    Assumir minha negritude foi algo muito interessante... mas em outro momento espero poder compartilhar contigo algumas de minhas vivências. Por enquanto o que me basta é que não estou sozinha neste barco.
    Que em 2014, o Senhor permita, a realização de teus sonhos!

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  4. Olá, Maria!

    Muito bom ler sua mensagem. Revigora minha forças e prossigo entusiasmada em caminhar "nessa estrada".

    Espero em Deus poder encontrar, pessoalmente, irmãs e irmãos em Cristo, para fazermos uma reflexão maior sobre ser negro e evangélico no Brasil.

    Vamos manter contato.

    Deus continue lhe abençoando com saúde e paz.

    Gicélia Cruz

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    1. Gicélia preciso conversar contigo, tu poderias me dar o teu e-mail ou facebook.
      Veja esta postagem no blog ""Se pudesse escolher ser um bicho, gostaria de ser um macaco"" acaba de ser destacada em Afrokut.:

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    2. http://negrosnegrascristaos.ning.com/profiles/blog/list?promoted=1&xg_source=msg_feat_blogpost

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