terça-feira, 5 de junho de 2012

O Silêncio Negro 2

A greve dos professores da rede estadual da Bahia está fazendo quase dois meses, e o que me faz escrever um pouco sobre essa situação é que percebo, mais uma vez, que a população negra está sendo prejudicada.
Enquanto educadora, quero sim ver meu trabalho e saláro  valorizados à altura de todo o invetimento que fiz e faço para dar uma boa aula.
Mas quero refletir mesmo é sobre a manobra racista que deixa nossos jovens negros fora da sala de aula, tirando-lhes a oportunidade de concorrer, de forma igualitária com os jovens brancos, a uma vaga nos cursos de elite das universidades públicas, principalmente na UFBA: medicina, odontologia, direito, arquitetura, etc. Nesses cursos, basta ser graduado para o jovem já ser chamado de doutor(mesmo sem defender nenhuma tese).

Vejamos: o Estado da Bahia concentra a maior população negra do Brasil, e também o maior índice de analfabetos, que não por acaso, são os negros.
Eu sou da teoria da conspiração: penso que todas as vezes que nós, negras e negros, avançamos na conquista dos nossos direitos, "eles" nos boicotam. Recentemente, o sistema de cotas para negros nas universidades públicas  foi aprovado. Então o que eles fazem para nos prejudicar? Greve nas escolas estaduais e por tempo indeterminado!
Isso desmotiva nossos jovens. Eles ficam ociosos, vão pra rua e certamente ficarão vulneráveis à todo tipo de violência: sem escola, sem trabalho, sem percpectiva de vida, o envolvimento com as drogas...
E o extermínio dos jovens negros continua!!!!
E as mães negras choram a dor da perda do seu filho.
E as mães negras não verão seu filho ser chamado de doutor...



Um comentário:

  1. Pessoal, a greve dos professores da Rede Estadual da Bahia, está chegando há três(03) meses.

    Nossos jovens negros estão soltos pelas ruas, vulneráveis a todo tipo de violência.

    Também acho incrivel que nenhuma entidade do Movimento Negro de Salvador, não se manifesta. Aceita essa violência passivamente. As alianças partidárias, impedem que abram a boca.

    Então eu chego a conclusão de que a fidelidade partidária, é maior que a questão racial.

    Meio contraditório isso, não?

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