ENTÃO EU PERGUNTEI POR QUE, E A JOVEM FEZ O SEGUINTE RELATO:
"Quando eu era pequena, sonhava em ser paquita. Porém, à medida que o tempo passava, eu percebia que era algo impossível de acontecer, pois eu não era igual aquelas meninas que estavam no palco com Xuxa. Eu era negra"
A referida jovem disse ter ficado muito frustrada com isso.
Imaginemos o que outras crianças negras ou as que estavam fora do padrão branco europeu, também sofreram com esse programa que alcançava todas as camadas sociais, mas principalmente a camada economicamente mais vulnerável.
Essa mesma jovem também relatou que ao terminar o ensino médio, se matriculou no cursinho mais caro de Salvador e, por não ter a identidade racial construída, procurava se assemelhar o máximo às colegas não negras. O cabelo, segundo ela, era o mais "obsessivamente crucificado", pois era a raiz de todo mal.
Todo esse processo de negação só terminou quando ela foi para um cursinho pré-vestibular que chamamos de Quilombo Educacional, onde ela passou a se reconhecer negra e a valorizar nossa cultura.
Não sei porque esses casos chegam à mim de forma tão natural.
"Juro" que não saio fazendo perguntas à ninguém. As pessoas simplesmente começam a "puxar" assunto a partir de quê? Do meu cabelo. Kkkkkkkk
Por que a vontade do Senhor é boa, perfeita e agradável(Rm 12.2)
